domingo, 16 de dezembro de 2007

O futebol tem seu próprio Hitler

Na manhã de hoje (horário de Brasília) o Milan, da Itália, sagrou-se tetracampeão mundial de clubes, ao bater, na final, o Boca Juniors, da Argentina pelo placar de 4 a 2.

Este deveria ser o principal assunto do dia hoje, em se tratando de futebol. Mas infelizmente sou obrigado a dirigir meu artigo a um senhor que não merece sequer o desprezo dos amantes do esporte mais popular em nosso país e que insiste em tratar a maior glória de um clube de futebol como uma peça de roupa de grife, a qual se não tiver a etiqueta, não pode ser considerada verdadeira. Senhor presidente da FIFA: sua decisão de homologar os títulos mundiais de clubes somente a partir da edição disputada no ano 2000 não é apenas ridícula. É também preconceituosa, desrespeitosa, tendenciosa e sobretudo, ignorante.

Preconceituosa porque parte do princípio de que existe um antes e um depois do ano 2000. E não existe. Mundial sempre foi e sempre será mundial.

Desrespeitosa porque deixa de reconhecer o Santos de Pelé, o Real Madrid de Puskas, o próprio Boca Juniors de Maradona, o Flamengo de Zico, O Grêmio de Renato Portaluppi o Palmeiras dos anos 50 e tantos outros mundo afora somente porque tais foram campeões quando o senhor ainda não presidia a referida entidade - e aqui se vê claramente a tendenciosidade de sua gestão.

Ignorante porque apenas o senhor parece não ter notado que para o torcedor, título ganho é aquele que se encontra na sala de troféus. O resto é marketing e conversa fiada. Lorota, de alguém que, visivelmente deslumbrado com o cargo que ocupa, esquece-se de trabalhar em prol do bem comum daqueles aos quais foi eleito para representar e passa a cuidar de suas vaidades e interesses particulares - vulgo, ditadores. O futebol não precisa de selo de qualidade. Assim como não precisa de um Hitler no comando.

Quero deixar claro uma coisa: não estou aqui pra promover "pegas" de torcidas rivais. Quero sim, dizer que todos os campeões do mundo são campeões de fato, independentemente de qualquer coisa - formato de disputa, número de jogos ou o nome que tivesse o torneio. Somos todos torcedores, aqui. E torcedor é o que há de mais bonito e importante, no futebol. Então, unidos, vamos gritar a esse tirano que não precisamos de sua arbitrariedade doentia. E que somos, sim, campeões do mundo!

Parabéns, palmeirenses, santistas, gremistas, colorados! Parabéns a todos nós!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

É "gol" da FIAT












Hoje quero manifestar minha insatisfação pela maneira com que a FIAT vem tratando o seu maior sucesso em terras brasileiras (a despeito dos extintos Tempra e Tipo): o Palio. Seu "novo" design é uma imitação descarada do Gol. Tudo bem que alguma semelhança entre modelos que disputam a mesma faixa de preço é normal, pois é justamente aí que entra a preferência do consumidor por esta ou aquela marca. Mas isso não tem nada a ver com piorar um automóvel que vinha agradando. Só os responsáveis pelas pranchetas parecem não ter notado ainda que seu trabalho tem menos aceitação a cada ano que passa. E não se trata da dupla Gol-Palio, embora isto seja mais visível neles dois. Modelos de outras marcas também não estão conseguindo fugir às "novas tendências". É o caso do Ford Fiesta. A grade dianteira e os vincos no capô parecem ter se tornado uma lei (nos modelos de mesma cor, é quase impossível distingüir quem é quem). Na traseira, os dois candidatos ao prêmio "Feio do Ano" travam outro árduo duelo. Ambos possuem as lanternas quase iguais e a área central limpa para dar idéia de um carro de maior tamanho. Não importa o fabricante, em ambos os casos, é gol. "Gol" contra, isso sim!
O mais curioso de se observar nisso tudo é que a falta de criatividade parece não ter afetado os modelos dirigidos à classe média. Vejam que lindos os Ford Focus, FIAT Punto e VW Pólo! Pena que a faixa de preço seja bem outra. Aliás, de acordo com um amigo meu, grande conhecedor de carros e afins, o chamado carro popular encontra no Brasil o mercado perfeito para ser comercializado, alicerçado na síntese de que aqui não somos um povo exigente. Mas não posso acreditar que os responsáveis pelos carros mais simples tenham aplicado na prática o dito popular que reza que quem tem mau gosto é pobre. Se assim for, aqui vai um alerta: o século ja mudou. E faz tempo.


segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

O Dia Depois de ONTEM

Acabou. E não teve final feliz. O filme do campeonato brasileiro de futebol em 2007 foi de terror para o Corinthians, que na tarde de ontem, foi rebaixado para a série B em 2008. O apagar das luzes foi no estádio Olímpico, em Porto Alegre. Com o empate em 1x1 com o Grêmio, dezenove milhões de torcedores terão que se acostumar a outra realidade no ano que vem, tragédia que começou a ser desenhada quando o iraniano mais famoso do Brasil deixou de bancar os altos cachês dos astros do elenco alvi-verde campeão brasileiro de 2005. Coisas do futebol. Brasileiro, é claro.

Enquanto isso, em Goiás, o time de mesmo nome jogava sua vida contra o arqui-rival do Grêmio, o Internacional. Atraso no início do jogo, problemas com camisetas (a do goleiro Clemer, do Inter, era da mesma cor da do árbitro, que mandou o goleiro mudar de fardamento) e torcedores colorados incentivando o time do Goiás foram só alguns dos muitos lances inusitados nessa partida, que foi uma das mais peculiares de todo o campeonato. O mesmo Clemer viria a ser personagem principal no segundo tempo, quando defenderia duas vezes o mesmo penalty. O Bandeirinha, contudo, mandou voltar a cobrança, entendendo que Clemer adiantou-se antes de Paulo Bayer bater na bola. Somente na terceira tentativa o time goiano converteu a penalidade, virando o placar para 2x1 e salvando-se assim da segunda divisão, ano que vem.

Nas arquibancadas, embora quase ninguém tocasse no assunto, havia um ressentimento não declarado por parte da torcida colorada, que ainda não esqueceu a baderna de dois anos atrás, quando o Inter ficou com o vice-campeonato devido às trapalhadas de um certo árbitro e de alguns (ir)responsáveis por "organizar" o futebol no Brasil. E até mesmo alguns gremistas, invadidos de orgulho regional, torciam para que o time de Parque São Jorge naufragasse ontem. E foi o que aconteceu.

Seja como for, nesta segunda-feira, não foi fácil encontrar corinthianos em parte alguma. O dia depois de ontem deve ter sido difícil. Eu, particularmente, já tive problemas com declarações minhas na internet acerca de certos clubes, sofrendo inclusive, ameaças de morte. Por essa razão, a prudência me manda ser comedido neste momento. Mas se este ainda é um país livre, acho que posso e devo expressar minha posição com toda essa situação. Mesmo não torcendo pelo Inter, fiquei muito contente com o descenso corinthiano. O mal comum, como já disse alguém, é meia alegria.