quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Nem contra, nem a favor; muito pelo contrário

Pensar sempre o que se diz é um dever, mas dizer sempre o que se pensa é, no mínimo, uma extravagância; ter opinião quase sempre é preciso; expressá-la, quase nunca é necessário; quando assim se faz, recomenda-se que o bom senso seja o mediador, em qualquer caso; ao mesmo tempo, é preciso que se saiba não cair no eufemismo; ser sutil não é mascarar, embelezar o que deve ser dito; é a tentativa que farei hoje; não sei se vou conseguir.

Comecei com o parágrafo acima porque estamos em tempo de eleições; um tempo em que todos reclamamos de algo: o barulho desagradável dos carros de som fazendo propaganda política; o horário reservado que rouba o tempo dos nossos programas favoritos na TV; não queremos ser incomodados por panfletistas nas ruas, mesmo que o folheto  apresentado seja o do nosso candidato; já sabemos em quem vamos votar, já decidimos tudo, não precisamos de ajuda; na verdade, se pudéssemos, nem mesmo iríamos às urnas, uma vez que não há mesmo ninguém em quem valha a pena votar; o Brasil está perdido e a culpa é dos políticos.

Diante desse pensamento, tão repetitivo quanto inflexível, devo dizer (com o máximo de bom senso possível) que sou plenamente a favor da transmissão automática de todo e qualquer cargo político, hereditariamente falando; filhos de prefeitos, governadores e do presidente do Brasil receberiam, aos 18 anos de idade, por exemplo, a missão de continuar o mandato do pai e, da mesma forma, transmitiriam o mesmo mandato aos netos deles; nada de querer ser atleta ou artista; filho de peixe, político tem que ser; aliás, São Paulo já tem um péssimo exemplo de filho de prefeita que virou cantor; se for pra fazer música ruim, que vá fazer política!

Peguemos o exemplo dos britânicos; ninguém reclama de nada na Inglaterra; não há poluição sonora nem visual em época de eleição - que eles não têm; há ainda a vantagem de ter a nação mundialmente projetada a cada vez que o cetro real é passado a um herdeiro; inclusive, quando algum príncipe resolve entornar uns goles a mais, isso também rapidamente se torna notícia, gerando dezenas de piadas; até os comediantes na Inglaterra saem ganhando com os reis, rainhas e príncipes; e viva a monarquia!

Claro, teríamos que tomar alguns cuidados ao implantar esse sistema no Brasil; o monarca não poderia ter cumprido reinado em nenhuma outra esfera, como por exemplo, rei do futebol, ou rei da música; também não poderia se admitir um rei analfabeto, nem que tivesse sido líder sindical; mulheres seriam boas rainhas, porque no Brasil, tudo o que mulher faz dá mais resultado; tempos atrás, até se cogitou transformar nosso país em república do Tchan; a presidente (rainha) seria uma tal Sheila; que ideia do carvalho!

Que falta de bom senso...

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