sábado, 18 de fevereiro de 2012

Energia que um dia contagiou

Andei uns dias sem escrever aqui, por força das circunstâncias, que é a desculpa que a gente normalmente usa quando tem preguiça de fazer alguma coisa; claro que tenho mesmo minhas atividades; mas o que andou me faltando foram temas, ideias; até tive algumas, mas não dariam para manter a sequência diária de artigos - o que, aliás, é uma das coisas que admiro nos cronistas da mídia impressa; não é fácil ter ideia todo dia; menos ainda ideias boas!

O assunto do momento é o Carnaval; nunca sei se devo escrever 'Carnaval' com letra maiúscula ou não; é fato que é nome próprio, mas não é definitivo, prova está que possui plural. Bem, mas como isso de gramática não interessa aos foliões, vamos falar do Carnaval como festa popular; e em maiúscula.

Apesar de ser avesso ao Carnaval na avenida, sempre assisto a todas as noites de desfile pela TV; e antes que comecem os engraçadinhos dizendo que eu não sei sambar, já vou logo avisando: eu não sei sambar! Mas nem é esse o motivo principal; é que pra mim, o Carnaval virou sinônimo de nostalgia; sempre fico horas lembrando dos antigos e "grudentos" refrões dos anos 80 e 90; aqueles que, como eu, são jovens há mais tempo irão se lembrar de "bum, bum, paticumbum prungurundum", "yes, nós temos braguinha", "liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós" e tantos outros; hoje, não se sabe mais qual a bateria que está tocando; os intérpretes imortais, identificados com sua escola de samba estão desaparecendo; alguns, por força maior; outros, seduzidos por algo que lhes pareça mais vantajoso - seja lá o que isso signifique - simplesmente mudaram de barracão, levando o apelido conquistado na escola de origem, confundindo, assim, os menos avisados:

 - Luisinho de onde? Mas não era da... da... como é mesmo o nome?

Sinto falta particularmente, de um refrão forte; o último que se cristalizou na minha mente data de 1992 e dizia algo tipo "explode coração/ na maior felicidade/ contagiando sacudindo essa cidade"; verdade que ganhou força embalado por muitas torcidas de futebol; cada torcida adaptou o hitzinho de acordo com suas necessidades de comemorar ou zuar a torcida rival; mas isso só aconteceu porque a letra, em sua essência, era boa; tudo o que é bom, é difícil de esquecer; embora a recíproca não seja verdadeira.

É isso; vou agora curtir mais um pouquinho de Carnaval (em maiúscula, afinal de contas) da forma como cedo aprendi e da qual mais gosto; pela TV; se eu não penso em ir à avenida, algum dia? Sim, talvez; não descarto de todo tal hipótese; mas sabe como é, Carnaval é em época quente; refrigerante, ar condicionado, poltrona macia... são coisas difíceis de largar; se fosse para ir num desfile de antigamente, quando eu ainda não tinha idade para ir a desfiles, aí, sim; deixaria tudo; o que tenho medo mesmo é de, no futuro, não me lembrar dos refrões de hoje em dia. Nem ter o que escrever em letra maiúscula.

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